sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mombasa - Análise por Micael Sousa

Já joguei várias vezes Mombasa e, de cada vez que jogo, só me apetece explora-lo ainda mais. São justificadíssimos os vários prémios que o jogo venceu. O autor fez uma entrada súbita no design de jogos de tabuleiro e tem se afirmado como um dos grandes da atualidade. Alexander Pfister muitos jogos diferentes nos últimos tempos, mas este Mombasa é verdadeiramente muito bom. Tendo demonstrado a minha falta de isenção aqui vai a review.
 

Em Mombasa simulamos, de modo simplificado, a exploração económica europeia do continente africano durante o século XIX. Gerimos várias empresas, tratamos de contratos, lidamos com mercadorias e técnicos. Haverá aqui um lado negro associado ao colonialismo europeu que, para muitos, ainda é visto como o motivo do atraso no desenvolvimento dos povos africanos e da pobreza e instabilidade política ainda existente em determinados locais. Concordando-se ou não com esta visão, o jogo funciona bem, sem ser parcial. A história é o que é, ignora-la ou pinta-la em tons de cor-de-rosa pouco adianta. Importa é aprender com ela.

Mombasa é um jogo económico e de gestão, em que ganha quem for mais eficiente, um bo mexempl ode eurogame. O jogo mistura imensas mecânicas: Worker placement, deck building, área control, gestão de acções, construção de motor de produção. É um sem fim de mecânicas intrincadas que funcionam muito bem em conjunto e conseguem criar uma interacção entre jogadores pouco comum para um eurogame mais económico e pesado. Aliás, inicialmente o jogo parece ser denso e complexo mas, depois de uma partida entramos imediato no esquema. Mas sem que se entre em rotinas, pois a variabilidade das cartas disponíveis, as habilidades especiais de cada empresa que mudam em cada jogo e os efeitos diretos da influência das decisões dos restantes jogadores no jogo comum: garantem que os jogos de Mombasa nunca se repetem.

O tempo de jogo até é pequeno para a quantidade de jogo líquido que temos pela frente. Consegue jogar-me em menos de duas horas numa sequência sempre rica de opções e decisões. O tempo de espera entre jogadas é diminuto e ritmado. Todos os jogadores fazem o planeamento das suas jogadas em conjunto. Depois os turnos seguem acção a acção, garantindo que ninguém espera demasiado tempo. Como cada acção tem influência no jogo do adversário, estamos sempre envolvidos no jogo.

Recomendo Mombasa. Um dos grandes jogos de 2015 e um dos melhores, no género, dos últimos anos.
 
Jogo: Mombasa
Ano: 2015
Avaliador: Micael Sousa
Tipo: Gestão / Worker Placement / Deck Building
Tema: Exploração e comércio
Preparação: 10 minuto
Duração: 75 a 150 minutos
Nº de Jogadores: 2 - 4
Nº Ideal de jogadores: 3 - 4
Dimensão: Grande
Preço médio: 40€
Idade: 12+

Qualidade dos Componentes: 9
Dimensão dos Componentes: 9
Instruções/Regras: 10
Aleatoriedade: 9
Replicabilidade: 10
Pertinência do Tema: 9
Coerência do Tema: 9
Ordem: 10
Mecânicas: 10
Grafismo/Iconografia: 9
Interesse/Diversão: 9
Interação: 9
Tempo de Espera: 9
Opções/turno: 9
Área de jogo: 8
Dependência de Texto: 10
Curva de Aprendizagem: 8

Pontuação: 9,22

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