sexta-feira, 18 de março de 2016

Quantum - Análise por Micael Sousa

Vou tentar ser isento pois tive uma última experiência semitraumática com este jogo. Pronto, não consigo, vou pelo menos tentar descrever o jogo o mais objetivamente possível.

Em Quantum cada jogador representa um império galáctico, civilização ou outra coisa que se lhe quiser chamar. Trata-se de um jogo de domínio e conquista, em que vai haver muito combate e luta pelo domínio de planetas. Ou seja, será uma espécie de “wargame” e “area control” não muito pesado, com tudo o que isso tem de bom e mau.
Fonte da imagem: http://ericzimmerman.com/portfolio/quantum/
O sistema planetário, pode mudar de jogo para jogo, uma vez que as peças dos planetas são modulares, podendo ser feitos vários mapas diferentes de jogo. Cada planeta pode ser dominado diretamente pela correta conjugação de naves e ou de dominância militar ou algum outro efeito especial das cartas disponíveis. Quando um planeta é dominado o jogador pode colocar lá um dos seus cubos. Dependendo o número de cubos de cada jogo, quem conseguir depositar todos os seus cubos mais rapidamente ganha o jogo.

A matéria-prima a gerir em Quantum são naves, ações e cartas especiais. Cada jogador começa com um planeta controlado e três naves no mapa, representadas por dados da sua cor. Existem seis tipos diferentes de naves, com habilidades especiais. Por turno existem 3 ações disponíveis que podemos utilizar para movimentação, recolocar naves destruídas em jogo, voltar a rolar os dados das naves, colocar um cubo de dominância num planeta ou avançar no nível de tecnologia. Existem mais pormenores mas não vale a pena especificar.

Acima de tudo é um jogo tático em que vai acorrer muito conflito, pois cada jogador tem de colocar no mapa as suas naves de modo a poder respeitar a atingir o número associado a cada planeta. Se um planeta corresponder a um 8 o que jogador que lá quiser colocar o seu cubo terá de posicionar em órbitra um conjunto de naves cujo somatório dos dados perfaça esse exato número e possa depois gastar duas ações para efetivar a colocação do cubo. Os jogadores vão lutar com as suas naves para impedir os demais de conseguirem colocar cubos nos planetas, enquanto eles próprios tentam colocar os seus cubos. As naves podem combater entre si, sendo que a derrotada é destruída. Quem perde naves fica com menores possibilidades de dominar os planetas, ainda que as possa recuperar depois. Quem ganha, no sentido inverso, pode mais facilmente planear jogadas e dominar os planetas que pretende, sendo que sempre que destrói uma nave inimiga sobe no nível de dominância. Quando atingir um nível de dominância de 6 pode colocar um cubo diretamente num planeta. Sempre que coloca um cubo num planeta, seja por dominância ou controlo com naves em órbitra de um planeta, pode adquirir uma carta especial que lhe dá novos poderes. Tudo se conjuga para incentivar o conflito que acontece rolando dados, um para cada nave. Quem tiver o valor mais baixo, somando a dado rolado ao valor do dado da nave que participou no ataque, ganha o combate.

Bem. Aqui está uma longa descrição do jogo, talvez longa demais mas estava a tentar ser isento. O jogo é tenso, interativo e incrivelmente tático. Existem várias opções, mas o conflito é inevitável. Pode tornar-se um jogo um pouco seco, pois quase parece xadrez em determinados momentos. Tem um certo fator de sorte, ainda que possa ser minimizado, mas não deixamos de depender de dados nos lançamentos. Admito que o jogo tenha um design interessante e inteligente, mas não será um jogo que eu próprio puxe para a mesa ou queira ter na minha coleção. Haverá quem adore este jogo, mas também quem o deteste. Pode haver algum tempo de espera, tendo sido o tempo excessivo de jogo a destruir a minha última experiência de jogo.

Tendo outras possibilidades o Quantum ficará sempre para segundo plano, pois sinto que a sorte me pode tramar, que tenho forçosamente de combater e por não ter nenhum motor de produção que me dê sensação de satisfação de construção de algo. Há de facto interatividade, mas demasiado agressiva e direcionada para o meu gosto, causando algum potencial mau ambiente entre jogadores.

Jogo: Quantum
Ano: 2013
Avaliador: Micael Sousa
Tipo: Militar / Controlo de Área
Tema: Espacial
Preparação: 5 minuto
Duração: 50 a 90 minutos

Nº de Jogadores: 2 - 4
Nº Ideal de jogadores: 4
Dimensão: Média
Preço médio: 50€
Idade: 10+

Qualidade dos Componentes: 7
Dimensão dos Componentes: 8
Instruções/Regras: 7
Aleatoriedade: 5
Replicabilidade: 7
Pertinência do Tema: 7
Coerência do Tema: 6
Ordem: 7
Mecânicas: 7
Grafismo/Iconografia: 7
Interesse/Diversão: 6
Interação: 10
Tempo de Espera: 7
Opções/turno: 6
Área de jogo: 7
Dependência de Texto: 8
Curva de Aprendizagem: 6

Pontuação: 6,90

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