sexta-feira, 8 de abril de 2016

Jogar para Ganhar ou Vencer ao Jogar? - Opinião por Edgar Bernardo

O texto de hoje tenta refletir sobre a atitude face ao jogo de tabuleiro que me encontro a jogar. Devo procurar vencer em todas as ocasiões ou apenas quando estou a abertamente a competir com os outros?

Esta questão surge-me recorrentemente, diria que em cada jogo que faço. Avalio o jogo, os companheiros de mesa e como me sinto naquele momento. É um jogo que "merece" a minha atenção? É um jogo que já joguei ou que domino? Os meus companheiros de mesa têm a mesma atitude que eu perante o jogo?
 
 

A resposta a estas perguntas determina como encaro cada jogo. Confesso que obviamente procuro vencer os jogos em que participo, não apenas por uma questão de competitividade, mas por respeito ao tempo que os restantes companheiros decidiram despender na experiência. Todos merecem que encare a atividade com um certo nível de respeito e seriedade, mas não demais!

Os meus companheiros de jogo não são meus adversários, por mais que os respeite, ou ao jogo, ou mesmo se me encontro num torneio. Para mim os jogos de tabuleiro são antes de mais uma atividade social, uma ferramenta de aperfeiçoamento emocional e racional. Não seria capaz de ter essa atitude de vitória em qualquer situação neste contexto.

Sei, e convivo regularmente com amigos e outros jogadores, que encaram cada jogo como uma arena de domínio intelectual, ou de destreza, ou qualquer outra característica que mereça ser medida ou pesada naquele momento.

Não sou capaz de esmagar um adversário em Agrícola ou noutro qualquer jogo só porque domino o jogo e aquelas pessoas com quem jogo nunca o jogaram. O mesmo acontece noutros jogos. Mentiria se não reconhece-se que gosto de competir com os meus amigos mais próximos, ou com alguns colegas de hobbie, mas depende do dia, e do jogo... depende...

Na verdade, valorizo a atividade como um momento de interação mais do que "interatividade" competitiva, se me permitem um retorno a um tema passado. Faço por facilitar uma boa experiência, em particular a novatos no hobbie ou num jogo, do que procurar vencer. Vencer só fará sentido em jogos "federados". Entrar em "campo" para vencer uma partida do campeonato, seja de futebol, basket, sueca ou Catan.

Há até um momento em que desvalorizo por completo a possibilidade de vencer ou de até levar "a sério" um jogo. Esse momento é a primeira vez que o jogo, em particular jogos mais densos. Ouço a explicação, muitas vezes sem prestar muita atenção a todos as regras e nuances, e procuro acelerar o jogo ao máximo de forma a terminar e recomeçar com um conhecimento mais aprofundado do mesmo. Ou até verificar que de facto não merece esse olhar mais aprofundado.

Jogar para ganhar pode ser o mote de muitos quando fazem o “setup” de um jogo, no meu caso, e sem “mea-culpa” admito que prefiro vencer ao jogar cativando mais gente para o hobbie, aprofundando os laços com outros ou criando novos... se por ventura nesse processo acabar por ganhar um jogo ou outro, menos mal, mas não perco o sono, não faço birras por perder ou parecer que vou perder, nem tento mudar as minhas últimas 3 rondas porque me esqueci de reclamar um ponto ou dinheiro que tinha direito... como diria o outro “são coisas minhas!”.

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